Júri popular condena homem que ateou fogo na ex-companheira em Erechim
Acolhendo integralmente a tese do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), o Tribunal do Júri de Erechim condenou um homem, a 16 anos de reclusão por tentativa de feminicídio quadruplamente qualificado.
Conforme o promotor de Justiça Fabrício Alegretti, que atuou em plenário, o réu jogou um líquido inflamável na ex-companheira, de 46 anos, no momento em que ela trabalhava em uma lancheria no centro de Erechim, o que ocasionou fogo em seu corpo pelo fato de que a vítima estava, no momento, próxima a chamas de um equipamento utilizado para o preparo de lanches. A vítima, com o corpo em chamas, saiu para rua e foi socorrida.
Para o promotor, o caso, de repercussão à época, teve um desfecho satisfatório para o Ministério Público, com o acolhimento, em especial, das quatro qualificadoras que foram atribuídas na denúncia assinada pela promotora de Justiça Daniela Fistarol.
“A presença da vítima durante toda a sessão, demonstrando força, fibra e coragem para estar no último ato do processo em busca de justiça, mesmo com diversas sequelas permanentes em virtude das graves queimaduras, motivou a atuação do Ministério Público no julgamento”, salientou o promotor.
O crime ocorreu no dia 3 de outubro de 2021, por volta das 20h30, quando o ex-companheiro da vítima teria ido até a lanchonete onde ela trabalhava, na área central de Erechim, e arremessou um pote plástico contendo líquido inflamável para atear fogo no local e também na mulher.
Com o corpo em chamas, a vítima conseguiu correr para a via pública, onde foi socorrida por um integrante da Força Voluntária Alto Uruguai, que estava nas proximidades, e também por um cidadão, que passava de carro pelo local.
Brigada Militar, Samu e Corpo de Bombeiros Militar foram acionados e a vítima foi encaminhada ao pronto socorro do hospital Santa Terezinha de Erechim em estado grave. A vítima teve mais 40% do corpo queimado e recebe tratamento em Erechim e Porto Alegre.